segunda-feira, 18 de junho de 2012

Há uns dias

Lá na farmácia, veio um rapaz medir o colesterol.
Vinte e quatro anos, aquele típico aspeto de esquerda, descontraído, intelectual nas palavras, barba comprida e cabelo meio-por-pentear.
- 226. Está um bocadinho alto. Toma medicação para o colesterol?
- Não. Já tomei, e baixou. Deixei de tomar para ver se com o exercício vai lá. Não gosto de contribuir para a indústria farmacêutica.

E eu, que devia ser super-profissional, não me controlei.

- Ah, camaraaaada!

Rimos os dois. E deu-me umas saudades daquele tempo... em que eu achava que o mundo se ia resolver porque era tão evidente que havia os bons e os maus, e os bons ganham sempre.
E depois, já em casa, lembrei-me que tinha deixado a J pelo mesmo motivo que deixei de ir à missa - não suporto não ter de formar opinião. Fica toda a gente meio parecida quando há uma crença mesmo forte, e tenho dúvidas que isso seja útil.

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