quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Também estou além

 

Só quero o que não tenho. Por isso deixo o que tenho. O que tenho passa a ser o que tinha. E o que tinha é o que já não tenho. Eu quero o que não tenho. Vira o disco.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Aquele momento

Em que eu provo a comida, parece-me que falta alguma coisa, abro o armário das especiarias e f*do tudo. Priceless*

Para hoje temos massa!

Sim, sim, eu sei que devia deixar a cozinha em paz. Que ninguém tem tantos pecados para expiar que precise de a comer para se redimir. Mas, todos os bons cheff's começaram por algum lado...
E sim, também sei que já comecei há tempo suficiente para ainda não ter aprendido. Mas...mas... mas... enfim, à falta de melhor argumento, penso no Linguini do Ratatouille e renovo a esperança.
Isto para dizer que, pelo cheiro, não augura grande coisa a quem está a chegar com fome do trabalho. Só espero que a fome seja suficiente.

domingo, 16 de setembro de 2012

Com medo

De andar sem dar a mão.

sábado, 8 de setembro de 2012

Alexander Supertramp, estou chateada contigo!


Ontem vi o "Into the Wild", a história verdadeira de um rapaz chamado Christopher McCandless, que decide deixar tudo e partir numa viagem sozinho até ao Alasca, tendo pelo caminho adotado o nome de Alexander Supertramp. Estou tão chateada com ele, tão magoada, tão incomodada, que ainda não consegui digerir. Nem consigo verbalizar grande coisa sobre o filme, exceto que mexeu comigo.
Este é o auto-retrato verdadeiro que tirou pouco antes de morrer.

E, no fim, "a felicidade só é verdadeira quando partilhada".

Um post do c...piiiiiiiii

Gosto muito de dizer palavrões. Saem-me tão naturalmente como um "bom dia" ou um "passas-me um guardanapo se faz favor?". Claro que em geral só o faço no sítio certo, e com as pessoas certas.

Quando estou feliz digo "f*da-se que 'tou mesmo contente"
Quando me aleijo sai um "car*lho que f*di o/a [e acrescento a respetiva parte do corpo]"
Quando estou a tentar ler o livro que o E. me emprestou "P*ta que pariu que não percebo nada desta m*rda".
Quando estou há três meses a tentar chorar e não sai uma p*ta de uma lágrima - e eu bem preciso porque às tantas, de tanto encher o meu tanque interno, o meu vocabulário começa a ficar afogado e preciso mesmo de escoá-lo sob pena da maioria dos vocábulos se converter em 5 ou 6 obscenidades e me sairem pérolas do tipo "p*ta que pariu o c*ralho desta m*rda" - quando estou há tempo demais sem conseguir chorar, prefiro dizer "rais'foda" porque esse mix faz despontar um nadinha de piada dentro de mim.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

O que penso quando ando sozinha

Olho para a palma da minha mão com os dedos afastados.

Comparo com a árvore que tenho à minha frente.

Lembro-me da couve de brócolos.

Vem-me a imagem do sistema respiratório - a traqueia que ramifica nos brônquios, nos bronquíolos, nos alvéolos.

O tronco cerebral, e o cérebro.

Uma petéquia.

A árvore genealógica.

O meu corpo todo, que é como a minha mão mas com os membros em posição distinta dos dedos.

O sistema circulatório - as grandes artérias, que desembocam em veias, que se ramificam em finíssimos capilares.

E a folha da árvore para a qual olho, com uma nervura central que desagua em nervuras secundárias.

Olho para tudo o que tem vida, e vejo o mesmo. Reparo em tudo o que não tem vida, e não vejo diferenças.

Por momentos parece-me tudo tão, tão igual. Tudo tão vindo da mesma regra, descendente do mesmo princípio universal, tudo tão pouco ao acaso. Um troco comum (ou uma traqueia, ou um troço, ou um braço, ou uma artéria), que se ramifica em algo distinto, cada vez mais pequeno, às vezes tão pouco semelhante ao início que o origina que nem parece que veio de lá.

Este era o mistério que eu queria mesmo saber. A verdade que dá sentido a tudo. Aquela que me esqueci por algum motivo, mas que nem por isso deixou de existir.
Acredito nisso da mesma forma que acredito que vivi entre os 0 e os 3 anos, embora não me lembre de nada.
Suspeito até que este início de vida com amnésia prolongada seja uma lição de fé.