quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Diálogo

- Sabes que te amo?
- Sei.
- Sabes que amo os teus tomates, não sabes?
(risos) - Sim, sei.
- Sabes que se me traíres fico com eles de recordação?
- ...

sábado, 14 de dezembro de 2013

Hum

Um sim não sentido mói.
Um não, mesmo que sentido, aleija.

Só isto

Às vezes os sonhos transformam-se em realidade.
E a realidade transforma-se num pesadelo.

Ordem

Penetra-me até ao cérebro. Até que o adormeças e eu já me não lembre quem sou, quem és, onde estamos e porquê.
Até que só me interesse que me penetres até à alma. Faz-me sentir que tenha vindo contigo desde toda a eternidade e esteja embrulhada na excitação que é reencontrar-te de novo pela primeira vez.
Leva-me para o não pensamento, a não memória.
Tira-me o juízo. Faz-me existir.
Converte-me ao verbo ser.

Oui

Sou prefeicta, tal como a palavra indica.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Essa do "nada acontece por acaso"...

( a expressão "nada acontece por acaso" - que, "por acaso" - passo a vida a mencionar, não será treta?)

E se na verdade tudo acontecer por acaso, mas depois de acontecer se encontre sempre o significado e o sentido - porque encaixamos num determinado ponto do decurso da nossa vida e é em si mesmo o ponto de início de uma série de acontecimentos subsequentes?

E se tudo acontecer simplesmente por acaso? E se o acaso simplesmente não existir na realidade? E tudo aconteça porque, inevitavelmente, algo tem de acontecer?

A substituta


Matas em mim as saudades de outra mulher.
Sou eu que me deito na tua cama; mas é outro corpo que vês, outro cabelo que acaricias, outra pele que agarras. Tomas-me como quem concretiza uma alucinação em forma de gente.
E quando morres dentro de mim, há outra que renasce dentro de ti.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Piadética do dia

Sabem como era antes do 25 de Abril?

Era

O que vale é que o meu trabalho atual está quase a terminar. Senão as sequelas psicológicas poderiam ser devastadoras.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Só porque é muito bom - todas elas

 

Hoje estou a pensar a rimar

Os meus olhos ficam baços
quando encontram os teus
as estrelas que aí tinha
devolvi-as aos céus.

terça-feira, 12 de março de 2013

Mea culpa

Eu reconheço. Sou extremamente influenciável.
Especialmente no discurso e na disposição.

E embora a minha vida no último mês esteja mais parecida com uma máquina de lavar - em fase de centrifugação - o elevado número de rotações por minuto ainda não me retirou toda a água que me resta.

Mas, Minha Nossa Senhora das Roupas Limpinhas, vamos lá ver se as coisas acalmam, reduzem o ritmo e assentam, senão este coração dá o bafo.

Nossa!!


Minha Nossa Senhora dos Reclames de Televisão!!
Alguém consegue ouvir o refrão desta canção sem rodar a anca e abanar o rabo? Eu cá não.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Coicidências

A relva, a folhas das árvores, o caule das plantas, a atmosfera de Vénus, a bandeira do Sporting, as esmeraldas, a saia da Matilde no "Felizmente há Luar!", - e nós.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Pim

Estou cheia, cheia, cheia de vontade de escrever este

. (ponto final)
 
Claro que sou louca.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Acerca das palavras #2

Palavras são más descritoras, ok.
Não transcrevem sentimentos, e essa já nem é nova. Pessoa já o dizia quando escreveu que o "poeta é um fingidor".
Outra coisa que sempre me intrigou. Cores.
Mas nem é por eu sentir cores. É porque é impossível descrever cores também. Não há nada mais aborrecido do que coisas que não se conseguem descrever.
Eu sempre (supostamente) troquei o azul com verde, azul com roxo e vermelho com castanho. Já deu muitas discussões com o homem, quando meses depois de usar umas calças, lhe dizia: "adoro este tom de azul" e ele "azul?? Isso é verde!" - e eu à falta de vontade de querer acreditar que andei a combinar pobremente a roupa durante meses, perguntava a toda a gente que me aparecia de que cor eram as calças. Perdia quase sempre, mas na verdade é uma discussão infrutífera, porque não há forma de ver uma cor diferente, e não há quem me possa explicar, e não dizer o nome, da cor que vê.
Agora, daltonismo não é coisa que se possa provar que existe. Porque as cores apenas têm um nome, e não uma descrição. Ora se o azul que eu vejo for o amarelo que outra pessoa vê, não há forma de descobrirmos. Porque eu diria: azul como o céu, como o mar, como o símbolo do Porto, e por aí fora. Mas se a pessoa vir o meu amarelo onde eu vejo o meu azul, mas lhe chama azul porque aprendeu que é assim que se chama, vivemos para sempre felizes a achar que estamos a ver a mesma cor.
Não se pode explicar a cor a uma pessoa que nunca viu.
As melhores coisas da vida são sui generis. Ou é a vida, no seu todo, e nas suas partes, que o é?

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Coisas que não percebo, mas gosto [.]

Gosto de sentir-me assim:


Amarelo torrado.

Às vezes acordo e descubro que gosto de um alimento que nunca gostei antes. Sem o provar, sem o ver, sem o cheirar. Acordo, e de repente gosto. Foi assim com quase todos os legumes, um a um.

Às vezes associo pessoas a cores, de forma tão intensa que no cérebro fica tudo misturado. Quando me surge a pessoa, na cabeça ou na frente, aparecem a cor e a pessoa num borrão só. O professor de história era castanho. O meu colega André, da primária, era cor-de-laranja.

Vem-me um paladar à boca, que não consigo identificar. Chega do fundo da memória. Qualquer coisa que provei e gostei, mas cujo sabor ficou perdido no tempo. Eu tento ir atrás dele antes que desapareça. A maior parte das vezes some-se sem que o consiga identificar. E esqueço-me logo dele. Mas quando tenho a sorte de o apanhar, sou transportada no tempo, para memórias que estavam completamente adormecidas.

Mistura-se tudo cá dentro, numa espécie de sinestesia completa de cores, sabores, sentimentos, pessoas e memórias. E cheiros. Com os cheiros é demais.

Há uns tempos vinha a andar pela rua e senti-me amarelo torrado. Lembrei-me que, ainda antes de entrar na adolescência, me sentia muitas vezes assim. Não associava ao amarelo torrado, mas no outro dia recordei o sentimento, e sabe-se lá porquê juntou-se a cor.
Agora ando quente com aquela sensação. Amarelo torrado. Queria sentir-me sempre assim.

E depois amarelo torrado é um nome maravilhoso. Não é bem amarelo. É torrado. E não é tostado. É torrrrrrrrado. Gosto de ti amarelo torrado. Acordei e descobri que gosto de ti. E de alface, feijão e tomate.

Acerca das palavras

Todas as palavras do mundo não chegam para descrever um segundo de amor.
Aliás, bem vistas as coisas, as palavras não servem para merda nenhuma.
Eu amo as palavras, a sério! Mas para que servem elas se nem conseguem descrever o amor que lhes sinto?

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Les Miserables - o filme

Les miserables:
Gente a morrer, fome, prostituição, doenças e outras tragédias várias.
E eu descubro que ainda tenho vestígios do que fui quando - no meio daquilo tudo - a música que mais me emociona é esta:

Do you hear the people sing?
Singing a song of angry men?
It is the music of a people
Who will not be slaves again!
When the beating of your heart
Echoes the beating of the drums
There is a life about to start
When tomorrow comes!

Will you join in our crusade?
Who will be strong and stand with me?
Beyond the barricade
Is there a world you long to see?
Courfeyrac:
Then join in the fight
That will give you the right to be free!

Do you hear the people sing?
Singing a song of angry men?
It is the music of a people
Who will not be slaves again!
When the beating
of your heart
Echoes the beating of the drums
There is a life about to start
When tomorrow comes!

Will you give all you can give
So that our banner may advance
Some will fall and some will live
Will you stand up and take your chance?
The blood of the martyrs
Will water the meadows of France!

Do you hear the people sing?
Singing a song of angry men?
It is the music of a people
Who will not be slaves again!
When the beating of your heart
Echoes the beating of the drums
There is a life about to start
When tomorrow comes!



 
Agora, por favor, podemos dar início à revolução de uma vez por todas? 
 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Acordar

A sensação da chuva miudinha a salpicar-me a cara ainda quente da cama.
A sensação de não ter pressa de ir a lado nenhum.
O céu completamente coberto de nuvens cinzentas. Lindo.

E, estranhamente para aquilo que é habitual, uma sensação de bem-estar. Como se tivesse esperado mil anos para sentir aquela chuva, ver aquele céu e aproveitar a ausência de pressa, de urgência.
Tão bom limpar a cabeça e sentir as coisas como se as sentisse de novo pela primeira vez.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Fartinha

O mundo é como é. Os que melhor se adaptam são os que sobrevivem. Vou só ali dar uma volta a Marte e venho já.