segunda-feira, 28 de julho de 2014

Aleatório 2

Era uma vez uma mulher que estava tão habituada a fingir, que um dia foi violada e pareceu que estava a gostar.

Aleatório 1

Era uma vez um homem tão triste, que ficou rico de tantas moedas que apanhou do chão.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Des-sono

Deitámo-nos lado a lado e ele embrenha-se no seu sono egoísta. Num derradeiro gesto de solidariedade, prolonga-se na minha direção e apanha-me com um (a)braço. Eu repouso a cabeça naquele ondular cada vez mais autónomo, cada vez mais profundo, enquanto ele se deixa ir. O seu cérebro entregue ao subconsciente, e o corpo refém de que eu o abane e me queixe que não tenho sono. Mas deixo-o dormir. E deixo-me ficar ali sozinha. A pensar nestas coisas. Até que de repente me levanto num sobressalto porque devo escrever isto antes de eu mesma adormecer, sob pena de nunca mais me lembrar de todo este momento de solidão. Ele regressa do vale do sono com o meu movimento abrupto e pergunta "o que fazes mulher?". Eu sei que ele pensa que peguei no telemóvel para jogar Candy Crush mas não tenho tempo de lhe desmentir o achado e explicar que vou apontar desvarios com medo que as palavras me fujam do cérebro. Então digo só um "Shuuu!" autoritário. Ele vira-se na cama e eu perco o meu abraço.

Ou então:
Deitámo-nos para dormir. Ele adormece, são duas da manhã, passamos o dia a passear numa cidade nova e a noite a fazer amor. Eu pouso a cabeça no peito dele mas não tenho sono. Então ponho-me a pensar tolices, como aliás já é costumeiro. E saio do peito dele para escrever. Neste exato momento, já somos dois acordados.

sábado, 19 de abril de 2014

Aguarela

Entre a paixão verde arco-íris e o amor laranja melado.
Fecho os olhos e mil formigas percorrem libertam-se do cérebro e alastram-se pela cara até à ponta do nariz. Penso "ou é da tensão baixa, ou do excesso de tensão". E solto um "aaahhhhyyy". Esfrego os olhos e continuo a diluir o antibiótico que tem de estar a correr na veia de alguém à hora certa.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Boletim metereológico

São 10:30 da manhã. Levantei-me às 6:30. Nestas quatro horas em que estive acordada já choveu, já nevou, e agora mesmo faz sol. Esta terra é um catálogo vivo de condições atmosféricas.

Coisas boas

Pensamento secreto mergulhado na escuridão das 5 da manhã:
"Não há melhor sítio no mundo para se estar, do que aqui, nos teus braços".

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Et voilá

Perdi-me sem nunca me ter encontrado.
Queria cultivar amor. Amar. Só isso.
Mas não consigo. Não sei ser melhor. Odeio todo o mundo porque me odeio a mim.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Ups


Apaixonei-me.
Demiti-me do meu trabalho. Mudei de casa. Mudei de país, aliás.
A única boa notícia é que ainda estou viva.