sexta-feira, 29 de junho de 2012

Aviso

[Se o que me fores dizer não for dito por amor, então, não me digas.]

Gostava de ter isto escrito na testa. E que servisse de espantalho às gralhas que andam por aí a comer as minhas sementes.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

y=1/x

É curioso constantar que a minha disposição para escrever é inversamente proporcional ao meu bem-estar.

sábado, 23 de junho de 2012

Depois

Regressei à base. Ontem, ao dedicar aquela que eu pensava ser provavelmente a última sexta-feira ao grupo de teatro onde pertenço, tive uma surpresa. Tudo o que tinhamos adormecido, toda a energia que nos move naquele contexto, regressou como que num passe de mágica. Afinal não estavamos mortos, só moribundos. E a chegada de um elemento novo trouxe toda a esperança outra vez.


E hoje de manhã, quando saí para trabalhar, o Sol deu-me um abraço morno.


Depois da noite de ontem. Depois da manhã de hoje. Sinto-me com um sentimento que não tem palavras. Sinto-me como uma música. Esta.


quinta-feira, 21 de junho de 2012

Bom humor matinal

Sou a conjugação do verbo sonhar e o particípio do verbo falhar.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

É isto

                                O que eu preciso hoje.



E a prova de que a Coca-cola não faz chorar só pelas bolhinhas que trepam pelo nariz.

Hoje

O dia de hoje, foi espetacular [ironia].
De manhã levei o carro ao mecânico, para ver se ele descobria porque é que uma família de grilos histéricos se decidiu mudar para lá. E pronto, o popó teve de ficar internado para estudo.
Às três, reunião com a coordenadora de curso. E eu na esperança que fosse sobre a coordenação do mestrado, ou para matar as saudades e tomar café. Mas os meus piores receios confirmaram-se. E mal cheguei, ela disse (com o meu projeto de tese de mestrado na mão) "C.zinha, as notícias que tenho para ti não são boas". Porra, que ela estava a implementar o protocolo de comunicação de más notícias na minha cara. E eu, respirei fundo, e sentei-me, ainda por cima mal-disposta, pela falta de força física,  porque tive ir a pé de casa à escola, pela falta de carro.
Era uma vez um projeto de tese. É uma pena, porque a ideia é aparentemente tão absurda que deu para muita gente se rir durante muito tempo. Então, não acabou apenas um projeto, mas uma piada genuína.
E eu pensei que o dia ia acabar assim, comigo a dispor papas pelos códigos de barra, nas prateleiras da farmácia.
Mas lembrei-me de ser impertinente e pedir colo. E, vá lá, quem estava do outro lado percebeu que era a sério e levou-me a comer petiscos, que me alimentaram a alma. E os beijos à esquimó dão a sensação que tudo no mundo se vai resolver. Que naquele instante, na verdade, está tudo resolvido.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Há uns dias

Lá na farmácia, veio um rapaz medir o colesterol.
Vinte e quatro anos, aquele típico aspeto de esquerda, descontraído, intelectual nas palavras, barba comprida e cabelo meio-por-pentear.
- 226. Está um bocadinho alto. Toma medicação para o colesterol?
- Não. Já tomei, e baixou. Deixei de tomar para ver se com o exercício vai lá. Não gosto de contribuir para a indústria farmacêutica.

E eu, que devia ser super-profissional, não me controlei.

- Ah, camaraaaada!

Rimos os dois. E deu-me umas saudades daquele tempo... em que eu achava que o mundo se ia resolver porque era tão evidente que havia os bons e os maus, e os bons ganham sempre.
E depois, já em casa, lembrei-me que tinha deixado a J pelo mesmo motivo que deixei de ir à missa - não suporto não ter de formar opinião. Fica toda a gente meio parecida quando há uma crença mesmo forte, e tenho dúvidas que isso seja útil.

Homófonas


                       Esse Orlando Pedroso é foda mesmo!

sábado, 16 de junho de 2012

Esta é privada

Reserva-se de um modo geral aos que conhecem bem os medicamentos, e de um modo particular àqueles que trabalham em farmácias.

As músicas que passam na farmácia onde trabalho:

Faixa 1 - Flagyl, esta noite noite estou tão Flagyl...Flagyl, já nem consigo ser ágil.
Faixa 2 - Oh Narhinel, oh Narhinel. Oh Narhinel, nu ta brinca só iá iá
Faixa 3 - Depuraliiiiina, silêncio calma, feitiçaria na tua alma...
Faixa 4 - You can be my umbr - Elás, Elás, Elás. Ei ei ei.

Ai Vichy Maria, que risota :)

Carência

Bio-psico-social, cultural e espiritual.

Carência holística.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Energia

É impressionante pensar que pessoas inventaram pilhas. As pilhas são coisas maravilhosas. Gostava de perceber o que se passa lá por dentro.
Não obstante, as pilhas estão a dar cabo do meu projeto de tese de mestrado, por motivos que não interessam especificar. Não estou certa que a culpa seja das pilhas, ponho a hipótese do meu fracasso temporário se dever à lacuna de conhecimentos que detenho na área da física quântica.

E sim, a dissertação é em enfermagem de cuidados paliativos.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Despedida

Quando se tem vergonha daquilo que se pensa, diz ou faz, e a menos que se seja obstinadamente cego da alma, tem-se a oportunidade de ver um pedaço de nós próprios.
Saber o que é errado, relembra o que é certo. E depois é preciso escolher, entre o certo e o errado, e também isso revela outra parte de nós. (E o certo e o errado, existem?)
As palavras são formas de materializar o pensamento - as palavras constroem, iludem e são formas de comportamento. Dizer é fazer.
E, quando as palavras se gastam pela fraqueza do espírito, restam só as que se reservam à despedida.

Toda a despedida é dor... tão doce todavia, que eu te diria boa noite até que amanhecesse o dia (Shakespeare)

                                                                  Adeus.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Vontade

De fumar. De beber coca-cola.

E outras coisas.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

No fio da navalha

No limite da corda... fui reconquistada.

E a vida sorriu-se-me de novo :)

Ainda há pouco

Pedi-lhe ajuda, pedi que me consertasse ao som da fix you, o coração apertado como já não me lembrava. E ele disse-me que às vezes é preciso errar. Provavelmente é isso mesmo  que me faz falta: perder o medo de decidir por causa do medo de errar.
Bom mesmo era que o mundo parasse de girar e concentrasse tudo num momento, solene de silêncio comigo. Em que eu perdesse tudo e não tivesse mais nada em mim senão um rebentamento de paixão de recuperar o que, ao ter perdido, me tinha feito falta. Não é sensato viver desapaixonadamente.
Chegou o cansaço de quem corre sem estar a ir para lado nenhum.

E por falar nisso, hoje tranquei a porta do teatro, a que há umas semanas tinha fechado. Onze anos de sextas-feiras pré-destinadas e agora... e agora?

Ressaca

Cérebro a zero. Pensamentos incoerentes.
A incapacidade de distinguir o real do fantasiado.
A incerteza entre as coisas às quais pertenço, às quais poderia pertencer, e aquelas às quais não serei mais do que um equívoco mal-esboçado.

Numa quarta bebi muito. Demais. Como não bebia há muito tempo, já não conhecia o meu corpo assim. E o meu corpo está diferente, em muitos aspetos. Fui parva, mais do que uma vez. No sábado seguinte bebi muito, outra vez. Como ainda não me habituei a mim própria, acabei a alimentar as bochechas com as batatas fritas que não encontravam o caminho para a boca, e fui parar à tenda três horas antes de todos os outros. Hoje é quarta-feira outra vez. E o meu cérebro continua confuso, como que alimentado por uma bebida que não bebi. E o meu corpo continua estranho... não sei dele, como não sei de mim.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Na dúvida

Entre pegar no meu homem, partilhar casa com ele de uma vez, ter um rancho de filhos para passear ao domingo e para me obrigarem a tirar os olhos do umbigo.

                                                   e...

Fazer a mochila e deixar tudo para trás.

O que queres ser quando fores grande?

Estou convencida que boa parte dos meus problemas reside no facto de eu ainda não saber o que quero ser quando for grande.

Tenho dito!

Na próxima vida, se for para vir mulher - NÃO VENHO!!

Não há pachorra para estas flutuações hormonais...